Dividir a cama com nossos pets é uma boa ideia? Médicos respondem

31 agosto, 2025



A transmissão de doenças de animais domésticos, como cães e gatos, para humanos é rara, mas alguns cuidados são necessários




Eles são fofos e nos ganham facilmente com estratégias altamente envolventes, como seus “lambeijos” ou fazendo “pãezinhos” em nossa barriga. Para muitos, os animais de estimação são parte da família. Como ocupam espaços cada vez mais íntimos em nossa vida, é natural surgir a dúvida: dividir a cama com eles é seguro para a saúde? Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, a resposta é: depende.
A decisão sobre dormir com animais de estimação é muito individual, mas alguns pontos merecem ser considerados
A decisão sobre dormir com animais de estimação é muito individual, mas alguns pontos merecem ser considerados Foto: Medvedeva/Adobe Stock
Segundo Natanael Adiwardana, médico infectologista do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or, a transmissão de doenças de animais domésticos, como cães e gatos, para humanos é rara — mas não impossível.
“Dormir com eles não costuma representar um risco à saúde de quem cuida dos pets”, afirma. Para bebês muito pequenos, pessoas imunocomprometidas e gestantes, a história já é outra, e precauções extra precisam ser tomadas.
De maneira geral, cabe a cada um a decisão de dividir ou não a cama com o bicho de estimação. Para ajudar em uma escolha consciente, listamos abaixo alguns pontos que merecem ser considerados.]
CONTINUA
 

Medicina do Viajante: confira sete dicas para férias mais seguras

1 fevereiro, 2024

Com a temporada de férias se aproximando, muitos brasileiros estão ansiosos para explorar novos destinos. No entanto, antes de fazer as malas, é crucial considerar não apenas os aspectos de lazer e entretenimento, mas também a saúde.

“Viajar para diferentes partes do mundo pode expor os turistas a condições de saúde diversas, desde doenças infectocontagiosas, como intoxicações alimentares, bacterianas, doenças virais e parasitárias, até desconfortos relacionados às condições climáticas, como calor, frio, altitude e profundidade extremos”, alerta Natanael Adiwardana, infectologista do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or.


Leia na íntegra: em.com.br/turismo/2023/12/6773608-medicina-do-viajante-confira-sete-dicas-para-ferias-mais-seguras.html

 

Esquistossomose pode afetar medula e causar sintomas neurológicos; entenda

19 julho, 2023

Publicação coletiva para o Viva Bem Uol (leia na íntegra: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2023/07/19/esquistossomose-medular.htm)


Popularmente conhecida no Brasil como "xistose", "barriga d'água" ou "doença dos caramujos", a esquistossomose é uma doença parasitária e tem ligação direta com o saneamento básico precário. Está diretamente ligada à presença dos moluscos transmissores da Schistosoma mansoni.

Considerada uma das formas mais perigosas da doença, a esquistossomose medular pode comprimir a medula, cone medular e cauda equina, causando sintomas neurológicos que são decorrentes dos ovos produzidos pelo parasita, que podem se alojar no cérebro, medula e nervos, causando uma intensa reação inflamatória que leva à lesão destas estruturas.

A medula é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, é considerada a fábrica do sangue.


Os locais mais afetados são Oriente Médio, África Subsaariana, Caribe e Brasil. No Brasil, os locais de maior incidência no Brasil são as regiões Nordeste e Sudeste.

Estima-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair a doença, sendo sua apresentação medular uma das formas mais raras, estimada em 2% dos casos no Brasil.

Fatores para contaminação:

  • Existência do caramujo transmissor
  • Contato com a água contaminada
  • Fazer tarefas domésticas em águas contaminadas, como lavar roupas
  • Morar em região onde há falta de saneamento básico
  • Morar em regiões onde não há água potável


Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da doença acontece quando o indivíduo infectado elimina os ovos do verme por meio das fezes humanas. Em contato com a água, os ovos liberam larvas que infectam os caramujos, hospedeiros intermediários que vivem nas águas doces. Após quatro semanas, as larvas abandonam o caramujo e ficam livres nas águas naturais. O ser humano adquire a doença pelo contato com essas águas, ao sofrer penetração ativa das larvas através da pele, normalmente na região dos pés e pernas. O parasita penetra na pele humana atingindo a corrente sanguínea, migrando para o fígado, intestino e outros órgãos.


Sintomas

Os primeiros sintomas a partir da infecção ocorrem em cerca de duas a seis semanas. O sintoma mais comum é a queimação e dor na região lombar com irradiação para as pernas. Com o tempo e evolução do quadro do paciente, pode apresentar perda de controle de urina e fezes, além da diminuição na força muscular ou, nos casos ainda mais avançados, a paralisia nas pernas.

Na esquistossomose medular, o início do quadro clínico pode variar de semanas até anos após o contato inicial do paciente com a água infectada, dificultando ainda mais o diagnóstico. É considerado um problema de saúde pública devido a severidade dos sintomas e sua evolução.


Diagnóstico e tratamento O diagnóstico é feito através de exames de fezes e de sangue que permitem diagnosticar a presença inicial do parasita. A ressonância magnética da medula espinhal vai demonstrar a lesão inflamatória. A cirurgia é indicada para pacientes com paraplegia aguda e, para os que apresentam piora clínica, a despeito do tratamento medicamentoso ou demora no diagnótico. Os procedimentos se limitam à descompressão, biópsia e liberação de raízes nervosas. Segundo os especialistas, cerca de 95% dos pacientes com esquistossomose medular que não recebem tratamento morrem ou não apresentam melhora clínica.


Mitos sobre a esquistossomose medular

1. Posso pegar esquistossomose medular tocando ou cuidando de quem teve esquistossomose.

A esquistossomose é adquirida pelo contato da pele com as larvas do Schistosoma, as cercárias, geralmente presente em ambientes com água e caramujos (no Brasil, são os do gênero Biomphalaria spp.). Tocar nas pessoas que tiveram ou têm esquistossomose não o coloca em risco de pegar a doença.

2. Somente pessoas que moram em áreas endêmicas estão sob risco de pegar a esquistossomose.

Viajantes comumente se aventuram em atrações naturais de lagos e riachos onde é possível haver a contaminação. Trabalhadores de águas como pescadores, agricultores e irrigadores também são esporadicamente designados a trabalhar em áreas de risco. Por isso é essencial observar se as águas são próprias para o banho e se não há caramujos por perto.

3. Qualquer caramujo pode transmitir a esquistossomose.

É necessário haver espécies específicas de caramujos (no Brasil o mais comum é o da espécie Biomphalaria spp.), que acabam servindo de hospedeiros intermediários para as larvas do Schistosoma sp —as cercárias. Outras espécies de caramujo não possuem relação com o parasita.

4. Por ser crônica, a esquistossomose medular só se manifesta em adultos.

Crianças também são acometidas pela doença. O tempo para a manifestação depende da quantidade de parasitas ingeridos e de ovos produzidos e alocados próximos ou na medula.

5. A esquistossomose medular é rápida de tratar.

Apesar do tratamento da esquistossomose medular ser inicialmente rápido, com medicações, frequentemente é preciso semanas de fisioterapia e reabilitação para recuperar algumas funções motoras e sensitivas —e a possibilidade de sequelas permanecerem é maior em casos em que não foi possível iniciar a terapia de forma precoce


Fontes: Ricardo Meirelles, chefe do Centro de Doenças da Coluna do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), no Rio de Janeiro; Diego Guedes, infectologista e médico responsável pelo ambulatório de medicina tropical da UPE (Universidade de Pernambuco), no Recife; Natanael Adiwardana, infectologista do Hospital São Luiz Itaim (SP) e fellowship em controle de infecções hospitalares pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas; Silvio Bertini, médico coordenador do controle de infecção do Hospital Japonês Santa Cruz, em São Paulo; Antonio Krieger, cirurgião ortopédico do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba; e Guilherme Rossani, especialista em neurocirurgia. Referências: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/e/esquistossomose.